Alegorias Femininas 

 

Em vários logradouros públicos de Belém encontram-se representações de figuras femininas que reforçam a relação da cidade com a natureza, a mitologia e até com ideais libertários. São esculturas que enfeitam praças e bosque. Na praça Batista Campos, no bairro de mesmo nome, está uma delas, a obra denominada de “Mulher Nua”, feita em bronze e com autoria atribuída a G. Perrone. Apesar de não haver certeza sobre a data de sua criação, acredita-se que ocorreu na primeira metade do século XX, durante os processos de revitalização da praça. A obra ocupa local destacado no logradouro, onde está solitária em ambiente cercado por jardins, e sob a incidência do sol equatorial, do qual a representação da mulher de corpo inteiro parece, ao mesmo tempo, olhar e com as mãos se proteger. O sol da Amazônia que assim como a ilumina, a faz esconder o rosto dos visitantes. 

 

 Alegorias Femininas da Praça da República 

 

Representações de figuras femininas ornam praças e bosque de Belém, mas também instigam os visitantes e moradores da cidade. São esculturas que evidenciam corpos de mulheres desnudas ou seminuas, que reforçam a relação da cidade com a natureza, a floresta, a mitologia e até com ideais libertários. Mas poucas informações estão disponíveis sobre estas obras de Arte Pública em arquivos e publicações. É o caso das alegorias femininas do complexo da Praça da República, localizado no bairro da Campina. São quatro estatuas em bronze dispostas próximas umas das outras, em uma área do logradouro situada na confluência das avenidas Presidente Vargas e Nazaré, atrás do Teatro da Paz. Três delas – Vênus, Flora e Samaritana –, posicionadas cada uma sobre pedestais, estão dispostas em forma de arco, sobre uma parte do relevo mais elevada, de costas umas para outras, como se estivessem a esperar o visitante da praça circular pelos passeios. Um pouco mais afastada está a escultura de Ana Reta, a única que possui registro aproximado sobre a época de execução, na primeira metade do século XX, na Fundição Cavina, Rio de janeiro. Já as outras três só possuem marcas de fundição, Friedrichshagen (Samaritana e Flora) e Guss Martin u Piltzing (Vênus), Berlim e arredores, na Alemanha.

 

 

 
Flora
Figura alada sentada sobre um pedestal parcialmente coberto por uma clâmide, ambos ornados com detalhes florais. Uma tiara enfeita a cabeça, delicadamente amparada pelas mãos, compondo seu olhar contemplativo.
 
Vênus
Estátua de uma mulher ereta, posicionada em uma base que lembra uma concha, com o corpo parcialmente coberto por uma clâmide, de aspecto fino e úmido, destacando as formas femininas.
 
Samaritana
Obra que representa uma mulher curvada, tendo às mãos uma ânfora, decorada com detalhes florais. Seu corpo está parcialmente coberto por uma clâmide, e seu olhar direciona-se a sua mão, que ampara a abertura do vaso, como que a receber o líquido que jorra.
 
Ana Reta
Posicionada afastada das demais figuras femininas, a estátua de Ana Reta é também a única que está posicionada sobre suporte que lembra rochedos. Despida, porta colar e ornamento na cabeça de alusão a ornamentos indígenas. O movimento do caminhar estancado e das mãos espalmadas, com o olhar para baixo, compõem a representação de surpresa com algo que parece se deparar.
 
 
Texto: Carmen Silva e Ana Cláudia Melo
 
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